sexta-feira, 30 de julho de 2010

A tendência.

Eu juro por Deus que eu não queria me enfiar nessa história, mas cara, não da.
Hoje eu estava totalmente dedicado a cultura inútil, e nossa, sabia que isso tem utilidade às vezes?
Bem. Estava eu assistindo um vídeo do Felipe neto “Acredito eu que há uma altura dessas do campeonato você já conheça o cara” Sobre modinhas e talz, ai de repente um amigo meu me postou um link do youtube intitulado “faz sentido sim” eu não sabia o quanto eu ia rir depois que eu clicasse naquele link.
Era um vídeo de uma menina transtornada falando que não havia sentido as criticas de Felipe a Crepúsculo, Justin Bieber, o vocal do Hori e essas merdas. Porém o mais interessante é que ela simplesmente não consegue dizer coisa com coisa, ela fala se engasga, arrota “isso mesmo que vocês leram”, mas não utiliza nenhum argumento, e eu não digo nem convincente, nenhum argumento coerente para justificar suas queixas.
Eu fiquei sinceramente assustado. Como as pessoas podem dedicar tanta força de vontade a defender algo que provavelmente elas nem vão lembrar mais aos 50 anos? Ai você me fala “porra Zeca manera ai a menina só tem 13 aninhos” Puta que pariu!! Você era assim quando tinha 13 anos??? Não, Quando eu tinha 13 anos cara eu assistia castelo Ra-tim-bum, e ficava espiando minha prima pela fechadura do banheiro.
Mas eu estou me desviando.
Na verdade a menina está possuída por uma tendência, hoje em dia é moda ser bi sexual, EMO ou se vestir de forma com que seja mais visto que os sinais de transito. E o pior são essas “famílias”. Hoje em dia a estrutura da célula familiar é algo tão defasado para sociedade que os jovens para se adaptar a essas mudanças criaram seu próprio conceito de família, com funções e tudo mais. Outro dia eu estava assistindo um programa chamado “A liga” e neste dia o assunto eram tribos urbanas. Eu fiquei realmente impressionado quando vi um grupo que se autodenominava “diamond”, Um garoto ou “garoto garota” se dizia ser a mãe da família e todos os outros que quisessem se inserir no grupo estavam sujeitos a sua aprovação. Então reparem esse problema, isso vai muito alem da vontade jovem de fazer o que é proibido ou mal visto pela sociedade como já é de costume, isto é um problema familiar. Muito provavelmente esse individuo tem uma péssima relação com os pais, odeia seus outros familiares, e tudo isso por que não deixaram ele ser menina... E agora só entra na família que ele fez pra ele quem ele quiser. Pensando deste modo vemos uma inversão de valores por que ele coloca os novos supostos membros sob aprovação por que ele próprio não fora aprovado em seu âmago familiar.
Nossa a juventude está muito fudida mesmo.
A garota que falei anteriormente também fala de forma desesperada da” Família Hori”, e do quanto eles já conseguiram, e conseguiram o que? No mínimo que essa retardada conseguiu foi aumentar o numero de pessoas que assistem ao vídeo log de Felipe Neto, e também obviamente ser sacaneada por tudo quanto é pessoa nesse Brasil de meu Deus.
Bem. Após esse vídeo minha concepção sobre a juventude e as modinhas mudou, como toda e qualquer moda sempre acreditei que com o tempo passa, porém da forma com que as coisas vem evoluindo eu tenho medo da próxima moda que está por vir.

TK care
^^

quinta-feira, 29 de julho de 2010

"For all"

Há algum tempo atrás eu vivia nos forrós de salvador Bahia. Aquela magia que rondava o famoso bairro boêmio do rio vermelho me fascinava. Entre muitas das minhas paixões estava à dança, pra ser mais específico dançar forró, o pé de serra raiz.
Logo no começo eu era meio desengonçado e sem jeito pra coisa devo admitir, mas com o tempo comecei a pegar a “manha” do forró.
Sempre havia aqueles casais que tinham mais desenvoltura dançando e faziam passos mais arrojados, e do outro lado vinha eu evoluindo, aprendendo com a noite. Cada pessoa que eu dançava tinha um “feeling” diferente, seu próprio jeito de dançar, eu gostava disso por que dava pra absorver o melhor de cada pessoa que eu dançava e acrescentar os passos ao meu repertório pessoal. Eu me sentia mais livre dançando naquela época do que fazendo qualquer outra coisa, como diz minha amiga Lívia “já falei dela neh?” como quem joga o corpo no mundo eu vivia a noite. No entanto comecei a conhecer o famoso pessoal dos grupos de dança.

Pensem: Um monte de gente vestida de forma igual, que se amarra em tudo que é trio que possa existir... Trio juriti, trio sei-la-o-que, trio-da-nossa-senhora-do-gramado-verde, isso tudo para demonstrar que curtem pé de serra de verdade. Todos com suas respectivas camisas pra fazer aquele marketing, dançando e quase voando sobre o chão, técnica invejável, postura impecável, coisa da dança dos famosos do fausto, só você vendo menina... Tudo muito bonito, muito visual, mas nada verdadeiro. Eu me dei a oportunidade de conhecer professores e professoras, praticantes e novatos, eu já estava até envolvido naquele meio quando eu saquei, tipo assim pam! Cara, tem algo estranho nisso...
Velho, parecia que eu estava no meio de um monte de autômatos do forró, tudo muito mecânico ligado a passos posturas e talz, eu nem vou falar dos pulinhos. Cara tem uma merda de uns pulinhos que você tem que aprender em alguns grupos. As pessoas dançam e da pra sentir quando elas dançam com verdade, você se emociona com a coisa por que é arte e arte é assim!!! Assim como você pode sentir se um ator não está atuando bem, ou algum cantor ou cantora faz uma interpretação horrível de uma musica que você ama. E arte deve ser levada pras pessoas de forma acessível, por que é cultura, tudo bem que se você vive de dar aulas você tem que cobrar por isso, mas não é nada demais ensinar alguns passos pra menina que você encontrou na noite que não sabe dançar ou o rapaz meio sem jeito que gostaria muito de dançar com uma menina a qual ele se encantou, essas pessoas merecem se divertir dançando forró também! E eu não sei se vocês sabem, mas existe um pré-conceito, aliás, pré-conceito é o estopô! É um conceito muito do bem concebido contra pessoas que vão as casas de forró e não sabem dançar forró. Se chamarem alguém pra dançar as meninas negam logo e os rapazes enrolam um pouco antes de mandar a menina pastar “isso por causa dos hormônios, não por educação...” eles sabem quem não sabe dançar rei, conhecem pelo cheiro ou pelo jeito que está vestido, ou seja, sem calça de saco de arroz ou saia de hiponga, sem chinelo de couro e a porra da camisa do grupo.
E esses grupos ainda possuem uma rivalidade entre si, tipo gangs do submundo lutando pela supremacia do forró universal, putz que ridículo...
O nome forró provem de um mito que festas eram realizadas nos sertões nordestinos por estrangeiros, e essas festas possuíam em sua entrada cartazes ou faixas escritas “for all”, ou seja, para todos, os nordestinos não sabiam pronunciar e com o tempo o “for all” se tornou forró.
Certa vez uma pessoa me mandou uma meditação de OSHO que falava a respeito da dança.
Dizia algo como: “Quando você dança e não tenta controlar a dança, você mergulha no universo e o universo mergulha em você”.
Que pena que para esses forrozeiros de hoje em dia o forró não seja mais “for all”.

TK care.
^^

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Os conceituais.

Ontem fui a apresentação da banda de uma amiga em uma pizzaria no rio vermelho.
(Bairro de Salavor BA), Era um evento chamado bettles rock club, onde bandas iriam fazer covers dos famosos rapazes de liverpool. Coloquei meu all star mais gasto que tudo em minha vida, uma calça jeans domingueira e fui la prestigiar Livia "Irmanzonaaaaaa". Cheguei e achei o lugar legal, até aconchegante, porém cheio de pessoas conceituais, porra isso é um saco!
Vei eu fui la so pra curtir um som, mas sabe aquele bando de gente que vai a um lugar só pra ter a imagem de que gosta do que está rolando naquele ambiente?
Pois bem. Muita gente conversando falando dos seus propios projetos e talz...
Mas fã de Bettles que eu visse não rolou, a não ser é claro por dois senhores no fundo tranquilamente comendo pizza e cantarolando algumas canções. Porra vei!!
Você vai a uma porra de um evento chamado Bettles rock club e não acha ninguém que sequer conhece uma música de Bettles!! Ta certo que as pessoas podem ir a um lugar apenas para curtir mesmo sem saber do que diabos o evento se trata, mas ao menos se fizerem isso não posam de que são intendidos do assunto.
Essa postura vem destruindo a sociedade, por que as pessoas se prendem a curtir ou fingir que curtem alguma coisa só pra ter aceitação social num meio, ou num grupo sei la!
Então passam a viver em prool de mostarem que são aptos para tal.
Parece que ninguém sabe que moramos em Salvador, terra do axé, arrocha e pagode. Nossa só por que você curte Bettles "Se é que curte de verdade mesmo..." não quer dizer que você não possa ouvir mais nada ou dar uma arrochada com Silvano Sales "O cantor apaixonado". Saiba: se você ouve apenas um tipo de som você é um abitolado que tem a mentalidade de um adolescente de 15 anos em meio a uma crise existencial. Sou músico desde que me entendo por gente e nunca fui limitado por nada. Olha ser conceito é muito mais criar algo novo do que tentar se adaptar a uma coisa que não é a sua praia.

TK care.
^^