terça-feira, 17 de agosto de 2010

Hoje parei para ouvir, alguns álbuns que não ouvia há muito tempo, entre eles estava ouvindo Falange canibal de Lenine, Seres Tupi de Pedro Luis e a parede, e Segundo ato do Teatro mágico. E me recordei que amava muito em particular o trabalho do Teatro mágico, na verdade eu amava demais o ideal daquela trupe. Sempre acreditei que a arte é um instrumento de conscientização, e que deve ser levada a todos, pois traz consigo cultura, algo que nunca é demais.

E “O Teatro mágico” me mostrava que dentro deste mundo mega capitalista que vivemos é possível sim, ter um trabalho rentável e que seja voltado para instrução, reflexão e conscientização do individuo. Para ser ainda mais sincero, eu admirava demais o vocalista da banda e idealizador do projeto, Fernando Anitelli. Levantando a bandeira de que a mídia televisiva que somos expostos diariamente é manipuladora (e não se engane, por que é mesmo), também de que um trabalho musical pode sobreviver sim, de forma independente e por final revitalizando a idéia da “música livre”, como os antigos saraus e rodas de poesia, uma cultura nossa e que jamais deveria ser esquecida. Anitelli me fascinava com seus ideais de vida.

E não tenho vergonha nenhuma de dizer que queria imitar aqueles ideais, pois para mim, eram perfeitos, eu era um fã do cara.

Porém em um golpe só Fernandão conseguiu destruir toda a admiração que eu havia construído por ele.

E já estava pra La de desconfiado quando vi o preço de um show que eles fizeram aqui no meio do ano, sinceramente um show por 70 reais, especialmente para uma banda que diz querer levar a música a todos, isso não é nem de longe um preço popular. Alegaram o fato de o show ter sido casado com jáu (artista local) e por isso o preço aumentou. Bem, fiz vista grossa para o fato, mesmo depois de saber que eles haviam feito um show de graça na cidade de uma amiga.

Porém logo em seguida, a mais ou menos três meses atrás os caras me aparecem fazendo uma participação especial na novela das oito da rede globo de televisão...

PORRA, AI EU NÃO AGUENTEI NÃO!!!!

O cara passa a vida toda atacando a mídia, dizendo que ela só vende aquilo que lhe é rentável, que divulga e propaga a futilidade na vida do brasileiro, pra depois fazer uma participação em uma novela da rede globo em pleno horário nobre (que de nobre não tem porra nenhuma).

É como vender a alma ao diabo.

Na verdade hoje após a raiva ter passado um pouco, só um pouco. Começo a refletir que estou diante de uma grande lição de vida. Às vezes construímos e “pintamos” alguém para ser nosso herói, o símbolo do infalível em nossas vidas, mas esses mitos caem, e devem cair mesmo, pois devemos olhar para dentro de nós mesmos e enxergar que aquilo que admiramos é parte de nós, é o que queremos, podemos ser, e de certa forma já somos.E agora com o passar da raiva, posso de certa forma agradecer Anitelli por este aprendizado.Em especial, enquanto ouvia o cd, me lembrei de uma música forte do TM chamada pena, e vou postar aqui um trecho para que vocês possam entender talvez o maior motivo de minha admiração para com aquele ideal de vida.

“O poeta pena, quando cai o pano

E o pano cai

Acordes em oferta, cordel em promoção

A prosa presa em papel de bala

Música rara em liquidação

E quando o nó cegar

Deixa desatar em nós

Solta a prosa presa

Luz acesa

Lá se abre um sol

Em mim maior

Eu sinto que sei que sou

Um tanto bem maior”.

Se lembre Anitelli, se lembre...

TK care

^^

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Tudo que faz sucesso.

A todo o momento me lembro do quão diferente fora minha infância dessa época que vivemos, e olha que nem faz tanto tempo assim, Afinal só tenho 25 anos, mas a diferença é absurda.
Até meus 12 anos, mais ou menos, eu era um garoto que desfrutava de uma condição financeira muito boa, freqüentava junto com meus pais os melhores restaurantes, clubes e locais de entretenimento de Salvador BA.
Mas logo após o grande golpe de Fernando Collor de Melo, a minha vida e de Meus pais nunca mais foram as mesmas.
Após aquilo meu pai sofreu um enfarto, e sua saúde bem como bens materiais foram pras cucuias. E eu que até então era literalmente o “menino de playground”, vi minha vida completamente mudada, não freqüentando mais as melhores escolas, morando num bairro popular e tendo contato com os garotos que viriam a se tornar alguns dos meus melhores amigos.
Mas o mais legal, se bem me lembro é que éramos muito diferentes uns dos outros, tanto na forma de se vestir como de agir e pensar, gostávamos de coisas diferentes, tínhamos temperamentos diferentes, e isso dava toda graça da coisa. Algumas brincadeiras nunca davam certo, saiamos de vez em quando na porrada mas todo mundo era muito feliz. E talvez para mim o que é mais importante: Tínhamos gostos musicais muito diferentes.
Hoje em dia vejo um quadro que me incomoda. As crianças agora são muito iguais, gostam das mesmas coisas, compram as mesmas coisas, comem as mesmas coisas, se vestem da mesma forma, e tudo isso para se encaixar num padrão, na minha época assim como na época de qualquer um, já existia moda, alguns gostavam outros não, mas o grupo sempre era heterogêneo.
Isso fez com que eu pensasse, os jovens e adolescentes de hoje fazem isto por que gostam realmente disso? Ou para atender a um sistema?
No caso alguns sim e outros não. Os que gostam da moda rapidamente se adéquam a seus pré-requisitos, e os que não gostam também o fazem no intuito de ser aceitos por seus colegas.
E isso é foda, por que a mídia se aproveita deste percalço social para sorver dali dinheiro. A MTV Brasil Por exemplo adora fazer isso, no top 10 (algo parecido com antigo disc MTV) só rola Hori, Restart, Cine, e essas merdas, então eu lhe pergunto, será que realmente eles merecem estar na parada de sucessos? Ou A MTV aproveitou uma certa tendência para fomentar ainda mais essa moda para ganhar dinheiro?
Um exemplo bom disso é que na categoria hit do ano do VMB só tem essas bandas, sendo que praticamente a maior vitrine de amostra para essas musicas é a própria MTV, neste ponto conseguimos observar o quanto essa emissora pode ser tendenciosa. A música rebolation da banda Parangolé não teve só grande aceitação na região nordeste, mas como também na centro-oeste, sul e sudeste, até uma amiga de Chapecó (pequena cidade da região sul) não só conhecia a música como tocava na radio de La, tudo isso em grande parte devido as micaretas espalhadas pelo Brasil a fora, se a MTV bate tanto no peito dizendo que é uma emissora que expõe a musica popular brasileira e a cultura pop, por que Rebolation não está sequer entre as indicadas ao hit do ano? Tenha certeza que deveria estar.
No momento os jovens não só passam por uma moda passageira como são influenciados a vivenciá-la para gerar dinheiro para as grandes emissoras, isso me preocupa por demais por que o trabalho serio de muitos músicos escritores, e artistas fica comprometido por que a mídia compra aquilo que lhe da dinheiro e nada que não for EMO ou muito colorido vai lhe dar dinheiro agora, isto em boa parte devido a ela própria.
Eu quero acreditar que o que é bom ainda pode fazer sucesso, por que não se engane: o Talento ainda pode achar um meio de sobreviver a esta selva multicolorida, pois assim como houve bandas pop antes que realmente tinham muito talento sendo amplamente divulgadas pela mídia, como o Mamonas Assassinas, por exemplo, pode haver hoje um trabalho que não atenda a essas modinhas que chegue ao sucesso, Maria Gadú que nos salve! E que também se possível, não precise de uma farta injeção de dinheiro para dar certo.

Tk care
^^




quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ser palhaço.

Estava me lembrando ontem a tarde da primeira vez que fiz um trabalho de palhaço na APAE de Salvador BA.
Logo quando comecei, eu achava que era completamente desprovido de pré-conceitos e limitações, porém eu estava enganado. Se não fosse por aquela apresentação possivelmente eu seria até hoje um individuo, abitolado, pré-conceituoso, e mesquinho com a vida.
Eu simplesmente enxergava as crianças ditas excepcionais, como crianças deformadas físico e mentalmente falando, bem, o deformado era eu...
É natural do ser humano temer aquilo que não conhece, e eu estava um tanto nervoso de me apresentar para aquele meio mundo de gente, ainda mais com palhaço, ofício ao qual eu não tinha experiência nenhuma. Quando me pintei estava nervoso, quando sai para o pátio também estava, mas quando as crianças me receberam eu já era palhaço. E o mais engraçado é que eu achava que precisaria conquistá-las, mas elas me receberam com um sorriso do tamanho da minha vergonha e pré-conceito, e era tão sincero tão verdadeiro, que me motivava a sair como um louco correndo, pulando e brincando. O mais engraçado é que as crianças ditas normais geralmente tem vergonha da figura do palhaço, e demoram a se habituar e confiar em suas brincadeiras, mas aquelas não, elas sorriam pra mim com verdade.
E eu sorri para elas de volta.
Logo após eu encontrei a menina a qual eu tenho como minha salvadora, ela estava no canto, sentada próxima a um parquinho, e quando eu a vi eu não enxergava mais com aqueles olhos deformados, eu via a menina mais linda do mundo inteiro em minha frente. Eu me sentei perto dela e sua mãe me falou seu nome, eu sinceramente não chorei por que a alegria da mudança dentro de mim era mais forte.
Depois desse dia procurei saber o que significava ser palhaço, por que aquilo tinha acabado de ocasionar uma mudança muito forte em minha vida, e procurei ver as pessoas ao invés de ver suas “cascas”.
E pra quem acha o contrário vou citar algo que eu li escrito na blusa da APAE:
Eles se beijam
Eles namoram
Eles trabalham
Eles se divertem
E não existe nada de excepcional nisso.

TK care.
^^

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Nick.

Deve haver alguma resposta no estudo da psicologia para este fato.
É impressionante a quantidade de gente que faz do Nick do MSN diário virtual.
Neste instante eu tinha acabado de entrar no Messenger para conversar com um amigo, quando de repente eu fui acometido por pessoas cheias de problemas de manhã cedo, todo mundo tem problemas, mas não vejo a menor necessidade de expor eles de forma tão medíocre, como um pseudo desabafo on-line.
Coisas como: Estou dodói, Aceite as conseqüências do que você acha que te faz melhor, ai que preguiça de arrumar a mala (Itaberaba tomorrow). Essas pessoas são pessoas com quem pouco converso no MSN, aquelas pessoas que terminamos adicionando por pura educação, e já sei bastante informação adicional sobre suas vidas. O primeiro eu sei que além de estar doente é carente, o segundo que teve que abdicar de uma paixão em sua vida em prol de algo que considerava ser mais serio, e por ultimo que o individuo ou individua vai viajar amanhã pra Itaberaba. Agora eu pergunto, qual será o motivo de externar coisas particulares de sua vida para pessoas que você nem possui tanta intimidade?
Será uma forma de incutir mensagens subliminares para que as pessoas possam vir a realizar uma atitude esperada? Ou é só burrice mesmo, também amplamente conhecida como preguiça de pensar?
No caso são as duas opções, e às vezes em conjunto.
Não estou dizendo que simplesmente ninguém deve colocar nada no Nick do MSN mas apenas que informação demais sobre coisas pessoais nunca é uma coisa boa. Eu por exemplo, tenho o endereço desse blog no meu Nick, porém isso é útil, e nesse caso principalmente mais útil pra quem gosta de contar a vida via Nick do Messenger.
Antes de você conversar com um individuo assim você pode já ter informação o suficiente para colocá-lo em uma situação complicada, ou se você realmente for esperto, ai sim induzi-lo a fazer algo que deseja, isso sem nem mesmo o individuo tomar conhecimento de sua estratégia.
E sabe o que eu acho pior? Quando o individuo coloca [LUTO], puta que pariu!!! Existe motivo para se fazer propaganda da própria desgraça só para que as pessoas se sintam sensibilizadas com você e venham cumprimentá-lo? Luto pra mim é algo serio demais pra isso.
Isto já seria motivo suficiente pra não se fazer uma merda dessas, mesmo por que se você quer desabafar ou contar algo para alguém basta clicar duas vezes no Nick da pessoa, mas alem disso ainda você está poluindo sua rede de contatos com coisas negativas. Desse jeito seria legal fazer um MSN só com pessoas que escrevam no Nick mensagens motivacionais ai você já acorda sem precisar ser bombardeado com problema dos outros.

TK care
^^

sexta-feira, 30 de julho de 2010

A tendência.

Eu juro por Deus que eu não queria me enfiar nessa história, mas cara, não da.
Hoje eu estava totalmente dedicado a cultura inútil, e nossa, sabia que isso tem utilidade às vezes?
Bem. Estava eu assistindo um vídeo do Felipe neto “Acredito eu que há uma altura dessas do campeonato você já conheça o cara” Sobre modinhas e talz, ai de repente um amigo meu me postou um link do youtube intitulado “faz sentido sim” eu não sabia o quanto eu ia rir depois que eu clicasse naquele link.
Era um vídeo de uma menina transtornada falando que não havia sentido as criticas de Felipe a Crepúsculo, Justin Bieber, o vocal do Hori e essas merdas. Porém o mais interessante é que ela simplesmente não consegue dizer coisa com coisa, ela fala se engasga, arrota “isso mesmo que vocês leram”, mas não utiliza nenhum argumento, e eu não digo nem convincente, nenhum argumento coerente para justificar suas queixas.
Eu fiquei sinceramente assustado. Como as pessoas podem dedicar tanta força de vontade a defender algo que provavelmente elas nem vão lembrar mais aos 50 anos? Ai você me fala “porra Zeca manera ai a menina só tem 13 aninhos” Puta que pariu!! Você era assim quando tinha 13 anos??? Não, Quando eu tinha 13 anos cara eu assistia castelo Ra-tim-bum, e ficava espiando minha prima pela fechadura do banheiro.
Mas eu estou me desviando.
Na verdade a menina está possuída por uma tendência, hoje em dia é moda ser bi sexual, EMO ou se vestir de forma com que seja mais visto que os sinais de transito. E o pior são essas “famílias”. Hoje em dia a estrutura da célula familiar é algo tão defasado para sociedade que os jovens para se adaptar a essas mudanças criaram seu próprio conceito de família, com funções e tudo mais. Outro dia eu estava assistindo um programa chamado “A liga” e neste dia o assunto eram tribos urbanas. Eu fiquei realmente impressionado quando vi um grupo que se autodenominava “diamond”, Um garoto ou “garoto garota” se dizia ser a mãe da família e todos os outros que quisessem se inserir no grupo estavam sujeitos a sua aprovação. Então reparem esse problema, isso vai muito alem da vontade jovem de fazer o que é proibido ou mal visto pela sociedade como já é de costume, isto é um problema familiar. Muito provavelmente esse individuo tem uma péssima relação com os pais, odeia seus outros familiares, e tudo isso por que não deixaram ele ser menina... E agora só entra na família que ele fez pra ele quem ele quiser. Pensando deste modo vemos uma inversão de valores por que ele coloca os novos supostos membros sob aprovação por que ele próprio não fora aprovado em seu âmago familiar.
Nossa a juventude está muito fudida mesmo.
A garota que falei anteriormente também fala de forma desesperada da” Família Hori”, e do quanto eles já conseguiram, e conseguiram o que? No mínimo que essa retardada conseguiu foi aumentar o numero de pessoas que assistem ao vídeo log de Felipe Neto, e também obviamente ser sacaneada por tudo quanto é pessoa nesse Brasil de meu Deus.
Bem. Após esse vídeo minha concepção sobre a juventude e as modinhas mudou, como toda e qualquer moda sempre acreditei que com o tempo passa, porém da forma com que as coisas vem evoluindo eu tenho medo da próxima moda que está por vir.

TK care
^^

quinta-feira, 29 de julho de 2010

"For all"

Há algum tempo atrás eu vivia nos forrós de salvador Bahia. Aquela magia que rondava o famoso bairro boêmio do rio vermelho me fascinava. Entre muitas das minhas paixões estava à dança, pra ser mais específico dançar forró, o pé de serra raiz.
Logo no começo eu era meio desengonçado e sem jeito pra coisa devo admitir, mas com o tempo comecei a pegar a “manha” do forró.
Sempre havia aqueles casais que tinham mais desenvoltura dançando e faziam passos mais arrojados, e do outro lado vinha eu evoluindo, aprendendo com a noite. Cada pessoa que eu dançava tinha um “feeling” diferente, seu próprio jeito de dançar, eu gostava disso por que dava pra absorver o melhor de cada pessoa que eu dançava e acrescentar os passos ao meu repertório pessoal. Eu me sentia mais livre dançando naquela época do que fazendo qualquer outra coisa, como diz minha amiga Lívia “já falei dela neh?” como quem joga o corpo no mundo eu vivia a noite. No entanto comecei a conhecer o famoso pessoal dos grupos de dança.

Pensem: Um monte de gente vestida de forma igual, que se amarra em tudo que é trio que possa existir... Trio juriti, trio sei-la-o-que, trio-da-nossa-senhora-do-gramado-verde, isso tudo para demonstrar que curtem pé de serra de verdade. Todos com suas respectivas camisas pra fazer aquele marketing, dançando e quase voando sobre o chão, técnica invejável, postura impecável, coisa da dança dos famosos do fausto, só você vendo menina... Tudo muito bonito, muito visual, mas nada verdadeiro. Eu me dei a oportunidade de conhecer professores e professoras, praticantes e novatos, eu já estava até envolvido naquele meio quando eu saquei, tipo assim pam! Cara, tem algo estranho nisso...
Velho, parecia que eu estava no meio de um monte de autômatos do forró, tudo muito mecânico ligado a passos posturas e talz, eu nem vou falar dos pulinhos. Cara tem uma merda de uns pulinhos que você tem que aprender em alguns grupos. As pessoas dançam e da pra sentir quando elas dançam com verdade, você se emociona com a coisa por que é arte e arte é assim!!! Assim como você pode sentir se um ator não está atuando bem, ou algum cantor ou cantora faz uma interpretação horrível de uma musica que você ama. E arte deve ser levada pras pessoas de forma acessível, por que é cultura, tudo bem que se você vive de dar aulas você tem que cobrar por isso, mas não é nada demais ensinar alguns passos pra menina que você encontrou na noite que não sabe dançar ou o rapaz meio sem jeito que gostaria muito de dançar com uma menina a qual ele se encantou, essas pessoas merecem se divertir dançando forró também! E eu não sei se vocês sabem, mas existe um pré-conceito, aliás, pré-conceito é o estopô! É um conceito muito do bem concebido contra pessoas que vão as casas de forró e não sabem dançar forró. Se chamarem alguém pra dançar as meninas negam logo e os rapazes enrolam um pouco antes de mandar a menina pastar “isso por causa dos hormônios, não por educação...” eles sabem quem não sabe dançar rei, conhecem pelo cheiro ou pelo jeito que está vestido, ou seja, sem calça de saco de arroz ou saia de hiponga, sem chinelo de couro e a porra da camisa do grupo.
E esses grupos ainda possuem uma rivalidade entre si, tipo gangs do submundo lutando pela supremacia do forró universal, putz que ridículo...
O nome forró provem de um mito que festas eram realizadas nos sertões nordestinos por estrangeiros, e essas festas possuíam em sua entrada cartazes ou faixas escritas “for all”, ou seja, para todos, os nordestinos não sabiam pronunciar e com o tempo o “for all” se tornou forró.
Certa vez uma pessoa me mandou uma meditação de OSHO que falava a respeito da dança.
Dizia algo como: “Quando você dança e não tenta controlar a dança, você mergulha no universo e o universo mergulha em você”.
Que pena que para esses forrozeiros de hoje em dia o forró não seja mais “for all”.

TK care.
^^

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Os conceituais.

Ontem fui a apresentação da banda de uma amiga em uma pizzaria no rio vermelho.
(Bairro de Salavor BA), Era um evento chamado bettles rock club, onde bandas iriam fazer covers dos famosos rapazes de liverpool. Coloquei meu all star mais gasto que tudo em minha vida, uma calça jeans domingueira e fui la prestigiar Livia "Irmanzonaaaaaa". Cheguei e achei o lugar legal, até aconchegante, porém cheio de pessoas conceituais, porra isso é um saco!
Vei eu fui la so pra curtir um som, mas sabe aquele bando de gente que vai a um lugar só pra ter a imagem de que gosta do que está rolando naquele ambiente?
Pois bem. Muita gente conversando falando dos seus propios projetos e talz...
Mas fã de Bettles que eu visse não rolou, a não ser é claro por dois senhores no fundo tranquilamente comendo pizza e cantarolando algumas canções. Porra vei!!
Você vai a uma porra de um evento chamado Bettles rock club e não acha ninguém que sequer conhece uma música de Bettles!! Ta certo que as pessoas podem ir a um lugar apenas para curtir mesmo sem saber do que diabos o evento se trata, mas ao menos se fizerem isso não posam de que são intendidos do assunto.
Essa postura vem destruindo a sociedade, por que as pessoas se prendem a curtir ou fingir que curtem alguma coisa só pra ter aceitação social num meio, ou num grupo sei la!
Então passam a viver em prool de mostarem que são aptos para tal.
Parece que ninguém sabe que moramos em Salvador, terra do axé, arrocha e pagode. Nossa só por que você curte Bettles "Se é que curte de verdade mesmo..." não quer dizer que você não possa ouvir mais nada ou dar uma arrochada com Silvano Sales "O cantor apaixonado". Saiba: se você ouve apenas um tipo de som você é um abitolado que tem a mentalidade de um adolescente de 15 anos em meio a uma crise existencial. Sou músico desde que me entendo por gente e nunca fui limitado por nada. Olha ser conceito é muito mais criar algo novo do que tentar se adaptar a uma coisa que não é a sua praia.

TK care.
^^